Quem tem medo de Uber, WhatsApp, Netflix & Cia.?

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O Uber é considerado a maior empresa de táxi do mundo, mas não possui um único veículo em seu nome. A mídia mais popular do planeta, o Facebook não produz conteúdo. O Alibaba, varejista mais valioso do mercado, não conta com depósitos de mercadorias. E o Airbnb, maior provedor global de hospedagem, não é dono de um único quarto de hotel. Com pequenas variações, é possível encontrar diferentes versões dessas afirmações na internet. Mas a mensagem é uma só: a partir de modelos de negócios inovadores e com equipes enxutas, nomes até pouco tempo desconhecidos no mercado estão atraindo investidores e consumidores, alcançando valorizações bilionárias e colocando em xeque o futuro de negócios tradicionais, como os de taxistas, hotelaria, telefonia e de tevê a cabo, entre outros.

Afinal, quem tem medo do Uber, do WhatsApp, do Netflix e do Airbnb, expoentes de um novo modo de se relacionar e satisfazer as necessidades dos consumidores? A julgar pelas reações desencadeadas nos quatro cantos do planeta, muitos atores da chamada velha economia estão incomodados com a ascensão de uma nova classe de empresas digitais. Nos casos mais extremos, como os embates entre taxistas e motoristas do Uber, o cenário lembra mais uma guerra urbana, com muitos passageiros do serviço, que usa carros pretos para transportar o consumidor, sendo literalmente retirados à força do veículo.

Desta vez, ao menos, as grandes empresas que se sentem ameaçadas por esses modelos de negócios inovadores indicam que não assistirão passivamente ao surgimento de competidores capazes de engoli-las. Cobrar regras iguais faz parte do jogo e, até onde a vista alcança, parece  uma reivindicação justa. Mas, tão urgente quanto, é necessário investir pesado em inovação e adaptar-se à nova ordem para não ser afogado pelo tsunami digital.

Na avaliação geral dos analistas, com exceção de alguns casos mais radicais, há espaço para a convivência entre os mercados tradicionais e os expoentes dessa espécie de tsunami digital. Não há dúvida de que a economia tradicional vai sobreviver, mas ela vai ter que se readequar a esse novo contexto, pois o padrão de expectativa do consumidor agora é outro.

(Por: Moacir Drska e Ralphe Manzoni Jr: – www.istoedinheiro.com.br)

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